O ex-goleiro Bruno Fernandes, que teve seu julgamento adiado para 4 de março de 2013, após o desmembramento dos demaisacusados, pode estar usando sua suposta conversão ao evangelho de Cristo como estratégia dos advogados que o defendem.
“Advogados usam estratégias como linguagem não verbal e aparência física para induzir a opinião pública. Faz parte do ‘show’ de promover a imagem do cidadão honesto”, avalia a psicóloga cristã Marisa Lobo.
Segundo a profissional, toda pessoa tem o direito de se arrepender genuinamente de seus atos. Ocorre, de acordo com ela, que muitos “tem medo das consequências do que fizeram e se apegam a Deus. Deus nos ama e entende, mas mesmo assim permite que passemos pela fornalha, para que no final tenhamos vitória sobre o pecado”, explica.
Para Marisa, casos que envolvem imprensa e holofotes midiáticos são mais difíceis. “Deus é justiça. Ele perdoa mas dá a correção, pois isso é necessário para o aprendizado natural e espiritual.”
Marisa Lobo escreveu o livro “Psicopatas da Fé”, em que analisa como o evangelho pode ser manipulado e usado em por pessoas que fazem performances cristãs para forjar uma falsa aparência e com isso conseguir seus objetivos.
“A certeza da conversão de Bruno veremos por seus atos. Se é verdadeira e tem culpa, deverá ser responsabilizado e nada poderá contra isso. Se é inocente, da mesmo forma Deus o livrará da prisão”, avalia Marisa.
Da mesma forma o teólogo e doutor em Filosofia das Religiões Alex Belmonte, acredita que é impossível determinar se a conversão de alguém é verdadeira ou não. Ele ressalta que o real convertido pode ser conhecido por suas obras e frutos, e que só com o tempo esses fatores podem ser observados.
Segundo Belmonte, no cárcere muitos passam por um momento de reflexão. “É a hora de tomar decisões e fazer escolhas forçadas pelas consequências violentas das decisões e escolhas erradas do passado.”
Ele ainda destaca que a conversão é apenas uma das muitas possibilidades de um detento, já que este pode continuar a fazer escolhas erradas. “Muitas dessas conversões têm caráter emocionalista ou mesmo temporário”, avalia.
Nova criatura. Marisa acredita que os últimos casos que causaram grande repercussão pública, como o de Suzane von Richthofen e Ana Carolina Jatobá, ambas condenadas pelo assassinato de familiares, mostram a manipulação deliberada do evangelho.
Para ela, Deus perdoa sim mas convida a não mais pecar e repetir os velhos erros. “Em um espírito novo não cabe mais a manipulação da verdade”, conclui.
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