domingo, 16 de dezembro de 2012

Ateus podem ser condenados a morte em 7 países


Ateus e outros céticos religiosos sofrem perseguição ou discriminação em muitas partes do mundo. Em pelo menos sete países eles podem ser executados se suas crenças se tornarem conhecidas, explica um relatório divulgado nesta segunda-feira.

O estudo realizado pela União Internacional Humanista e Ética (IHEU), mostra que “os infiéis” que vivem em países islâmicos enfrentam o tratamento mais brutal nas mãos do Estado. Aponta ainda para as políticas de alguns países europeus e dos Estados Unidos, que favorecem os religiosos e suas organizações, além de tratar ateus e humanistas como párias.

O relatório intitulado “Liberdade de Pensamento 2012″, afirma que “há leis que negam o direito dos ateus de existir, restringem sua liberdade de [não] crença e de expressão, revogam o seu direito à cidadania e restringem até seu direito de se casar”.

Outras leis “obstruem o acesso à educação pública, proíbe-os de exercer cargos públicos, impede-os de trabalhar para o Estado, criminaliza sua crítica da religião, e pode fazer com que sejam executados por abandonar a religião oficial de seu país”.

O relatório foi entregue a Heiner Bielefeldt, relator especial das Nações Unidas sobre a liberdade de religião ou crença. Ele afirmou que ainda há pouco reconhecimento de que os ateus também estão protegidos pelos acordos globais de direitos humanos.

A IHEU reúne mais de 120 organizações seculares, humanistas e ateístas, em mais de 40 países. A divulgação de seu relatório visa marcar o Dia dos Direitos Humanos da ONU, lembrado nesta segunda-feira.

Segundo o levantamento, que pesquisou cerca de 60 países, os sete onde é prevista a pena capital são: Afeganistão, Irã, Ilhas Maldivas, Mauritânia, Paquistão, Arábia Saudita e Sudão. O relatório de 70 páginas enumera diferentes casos recentes de execução por causa do “ateísmo”, mas os pesquisadores dizem que o “crime” é muitas vezes mascarado com outras acusações.

Outros países, como Bangladesh, Egito, Indonésia, Kuait e Jordânia, têm leis onde ser ateu ou ter-se uma visão humanista sobre religião é totalmente proibido e recaem nas leis que proíbem a “blasfêmia”. Em muitos desses países, e em outros como a Malásia, os cidadãos têm de se registrar como não seguidores da religião oficial, perdendo vários benefícios.

A IHEU afirma ainda que na Grécia e na Rússia, a Igreja Ortodoxa é ferozmente protegida pelo Estado, enquanto na Grã-Bretanha os bispos da Igreja da Inglaterra têm assentos garantidos no Parlamento.Traduzido de Chicaco Tribune.

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