Ritual Vodu no Haiti. Origem africana, como o candomblé brasileiro
As histórias de Zumbis, que tiraram o sono de tantos jovens desde a década de 50 parecem ter sido totalmente desmistificadas nos últimos anos. Hoje, mais do que em qualquer outra época anterior, filmes, seriados, livros e até o mundo da moda abordam o assunto de forma bem-humorada e até jocosa.
Localização do Haiti, a nação mais pobre das Américas. Divide a Ilha de Hispaniola com a República Dominicana
Porém, as histórias reais que deram origem a estas lendas são muito mais assustadoras do que poderíamos imaginar.
Feiticeiro Vodu haitiano
As lendas dos Zumbis nasceram de rituais executados por Feiticeiros Vodu, uma religião de origem africana que alcançou seu ápice com os escravos haitianos durante a época colonial no Caribe.
Diz a lenda que os feiticeiros Vodu tinham o poder de ressuscitar os mortos de suas tumbas, fazendo-os obedecer à suas vontades.
Impressionanete foto de um "Zumbi Haitiano" tirada na primeira metade do século XX
Durante as primeiras décadas do século XX, alguns "Zumbis" foram fotografados vagando pelo Haiti, trabalhando como escravos em fazendas de cana-de-açúcar, servindo cegamente seus Mestres Vodu.
Wade Davis, o polêmico antropólogo e etnobotânico canadense que ousou desvendar os mistérios do Vodu
Mas o mistério dos Zumbis começou a ser revelado na década de 80, quando estudos realizados pelo polêmico pesquisador canadense e escritor de best-sellers Wade Davis divulgaram algo surpreendente: o "Pó Zumbi" utilizado pelos feiticeiros haitianos tinha muito mais a ver com química do que com o sobrenatural.
o best-seller de Davis, "A Serpente e o Arco-Iris"
Inimigos em busca de vingança ou familiares interessados nos bens de seus parentes encomendavam aos Mestres Vodu a transformação de suas vítimas em Zumbis. Utilizando substâncias encontradas na pele de sapos venenosos (Bufotoxina) e um princípio ativo paralisante encontrado no Baiacu (Tetrodoxina), contaminavam a comida de seus "alvos" ou faziam pequenas lacerações cutâneas, provocando uma diminuição respiratória, cardíaca e uma paralisação motora confundida com a morte.
Venenos de Sapo (Bufotoxina) e Baiacu (Tetrodoxina) seriam ingredientes do "Pó Zumbi"
No Haiti, um funeral acontece rapidamente, e algumas horas após o enterro, antes que sua vítima realmente morresse asfixiada, os mestres Vodu abriam os túmulos e "despertavam os mortos".
Os "Mestres Vodu" literalmente "despertariam" os Mortos
Aturdidos pelas drogas e pela situação impensável, as vítimas acreditavam que estavam sendo trazidas de volta da morte. Mantidas drogadas permanentemente com substâncias que causavam perda de memória e transes psicóticos, eram escravizadas em regime de semi-consciência durante anos, servindo a seus mestres.
Datura (Datura Stramonium)
Desta planta seria extraída a substância que manteria os "zumbis haitianos"em transe durante anos
Algumas histórias ao longo do século XX reforçam esta teoria: Em 1962, o haitiano Clarvius Narcisse foi declarado morto e enterrado na pequena vila de L'Éstere. Porém, em 1980 retornou ao local com uma surpreendente história: Após receber uma dose de "Pó Zumbi", foi reanimado por um feiticeiro, que o manteve sedado com drogas derivadas da planta alucinógena "Datura", fazendo-o trabalhar durante anos como escravo em uma fazenda. Seu mestre explicou que ele havia sido trazido de volta da morte como uma punição por atos que cometera durante sua vida.
Clarvius Narcisse
Seria ele um "Ex-Zumbi" ?
Alguns anos depois, o mestre de Clarvius morreu, e sem as doses alucinógenas constantes, recuperou a consciência. Mesmo não tendo recuperação total de sua memória, conseguiu fugir da fazenda e vagar durante anos pelo Haiti até encontrar seu vilarejo e familiares em 1980.
Bandeiras Vodu
Algumas décadas antes, em 1937, a haitiana Felícia Felix-Mentor foi encontrada vagando pelas ruas de uma cidade haitiana quase 30 anos após ter sido sepultada. Estava drogada com psicotrópicos e não se lembrava do que ocorrera desde sua "morte". Seu marido a reconheceu.
Amuleto Vodu
As teorias de Wade são muito criticadas no meio científico, com alegações de que não existe embasamento suficiente para uma comprovação de que as bufotoxinas e principalmente a tetradoxina poderiam causar os efeitos descritos pelo "Pó Zumbi".
As terríveis condições de Port-Au-Prince, capital do Haiti
Veja Fotos de Port Au Prince e do Haiti antes do terremoto de 2010 em
Porém, talvez as provas definitivas da existência dos zumbis estejam escondidas na mente de alguém vagando pelas ruas de uma semi-destruída Port-Au-Prince, a serviço de seu "Mestre".
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Fonte: Blog Apocalink
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